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| Fortunata Alves dos Santos (minha avó) |
Ontem e hoje foram dias muito difíceis, fomos surpreendidos pela notícia de que a minha avó, a nossa avó querida, seria submetida a uma intervenção cirúrgica. Ela havia adoecido e os médicos detectaram que a mesma estava com problemas na vesícula, cirurgia aparentemente simples, especialmente hoje, com os recursos disponíveis pela medicina, no entanto, a minha querida avó, é um bebê de 95 anos de idade e, em virtude disso, os médicos nos prepararam para o pior. Confesso que chorei igual a um menino... Muitas coisas povoaram meu ser naqueles momentos que antecederam a cirurgia e durante o tempo extremamente lento em que a mesma se realizava. Dizem que em momentos de aflição, nos apegamos às lembranças, às saudades, percorremos caminhos vários, aqueles em que vivemos e, também aqueles que deixamos de atravessar.. e, mais uma vez pude sentir que isso se torna realmente muito mais presente nestes momentos... Lembrei do nosso último encontro, das nossas conversas, da sua ingenuidade, de seu coração puro, de suas gargalhadas prazerosas...Um filme, um curta com sabor de longa-metragem, não desgastado pela ferrugem do tempo, se construiu em minha mente... Mas em meio a todo medo de perdê-la algo me confortava: o fato de não agora, não apenas uma vez a disse que a amava...Digo isso agora, porque perdemos muito tempo de nossas vidas guardando sentimentos bons, mas por razões infindas, não os demonstramos e, às vezes, como num piscar de olhos, a vida se encarrega de levar quem tanto amamos para longe... É isso, à minha avó, minha eterna gratidão, meu eterno amor... Que Deus a abençoe!
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